Caminhão dos Bombeiros: reforma não será a esperada
Diferentemente do solicitado pelos Bombeiros, o Prefeito Paulo Azeredo (PDT) resolveu executar o conserto da forma que entendia ser a melhor. Não aceitou incluir a ampliação de capacidade do caminhão. Preferiu deixá-lo em seu estado original, como antes do acidente.
O Vereador Renato Kranz (PMDB), um dos proponentes, perguntou se houve algum avanço desde junho, quando o debate iniciou na Câmara. “Nossa preocupação é com o fato de que os Bombeiros, hoje, contam com apenas um caminhão. Se ocorrer dois sinistros ao mesmo tempo, estará instalado o caos”, advertiu.
Kranz citou ainda liminar judicial, estabelecendo prazo para a Prefeitura providenciar o conserto. “São recursos do Funrebom, o dinheiro existe. Qual a razão da demora?”, questiona o Vereador.
Segundo o Chefe de Gabinete, a Prefeitura já realizou licitação na modalidade pregão presencial para a reforma do caminhão, tendo como vencedora a empresa MEES, de Venâncio Aires. O valor total será de R$ 14.950,00. Clóvis afirmou que o conserto não será o solicitado pelo comando dos Bombeiros. “Vamos deixar o caminhão apenas como ele era, de para-choque a para-choque”, acentua. Domingues informou que a Administração deverá comprar um caminhão novo.
O tenente Jorge Soares, ex-comandante dos Bombeiros, manifestou sua preocupação com o fato de que, no pregão, não foi prevista nem mesmo a pintura do caminhão. O orçamento original entregue pelos Bombeiros para a Prefeitura contemplaria um maior número de itens, como ampliação do tanque e modernização do painel, dentre outros, os quais seriam necessários para atender melhor a comunidade. Revelou que houve diferença de valores de quase R$ 60.000,00, entre as duas propostas.
“Quase não funcionou”
O comandante do Corpo de Bombeiros, capitão Iber Augusto Giordano, lamentou a decisão da Prefeitura, de não realizar a reforma e a melhoria completa. “Triste saber que temos o dinheiro para fazer melhor e não será realizado por decisão do Prefeito”, lastima. Giordano considerou que “a situação seria cômica se não fosse triste”. Como exemplo, citou que o único caminhão existente, ao ser deslocado para combater recente incêndio na Rua dos Imigrantes, “quase não funcionou”. Revelou que o Fundo de Reequipamento dos Bombeiros (Funrebom) possui um saldo de mais500 mil reais, atualmente.
Giordano entende que se um caminhão tiver que deixar de rodar, em função de reforma, tecnicamente seria eficaz realizar todas as melhorias necessárias de uma só vez. “Não entendo que economia é esta que foi alegada. Vão deixar de melhorar nossa ferramenta de trabalho”, desabafa. Segundo ele, com o dinheiro do Fundo seria possível reformar todos os equipamentos. “O que vão fazer é uma ‘meia sola´ no caminhão”, adverte o atual comandante.
Os Vereadores Rose Almeida (PP), Carlos Einar de Mello - “Naná” (PP), Renato Kranz (PMDB), Marcos Gehlen (PT) - “Tuco” ficaram indignados ao tomar conhecimento da decisão do Prefeito de efetuar a reforma da maneira que entendia ser a melhor. Tuco foi além: “existe um Conselho do Funrebom. Se este decidiu pela proposta inicialmente encaminhada pelos Bombeiros, o Prefeito teria a obrigação de realizá-la”.
Mencionadas também boatos de que os orçamentos apresentados inicialmente estariam superfaturados. Na mesma hora, Giordano protestou: “se o Executivo desconfia de algo como superfaturamento, teria que ser denunciado imediatamente”.
Para o Vereador Tuco, é um “contrassenso” o Funrebom não ter poder de decisão, como o Conselho da Saúde e o da Criança e Adolescente. “Nestes quem define são seus integrantes, nunca o Prefeito”. O petista entende que, se a reforma não satisfaz a corporação local, a decisão precisa ser revista.
A Presidenta da Câmara diz ser “quase impossível” entender esta atitude do Executivo, pois o Funrebom foi criado especificamente para reequipar os Bombeiros.
Clóvis informou que a Prefeitura deverá comprar um novo caminhão e reformar o prédio do quartel, “tudo ao seu tempo”. Na mesma hora, Giordani revelou que no mesmo dia iria entregar as especificações para a aquisição do novo caminhão. Providências seguintes caberiam à Prefeitura.
Diferente de sua característica, Naná ficou irritado: “foi dito na rádio que a Prefeitura iria fazer com R$ 15.000,00 e não com os R$ 70.000,00 citados inicialmente. Porém, não disseram o que vai deixar de ser feito, jogando com as palavras”. Naná prometeu acompanhar de perto o trabalho que será realizado no caminhão.
Encerrando a reunião, o tenente Jorge Soares fez um desabafo: “quem trabalha em cima do caminhão somos nós, senhor Chefe de Gabinete. Portanto, a gente sabe as necessidades”.