Catadores pedem socorro na Câmara de Vereadores

por mon — publicado 01/10/2014 15h08, última modificação 01/06/2016 11h00
“Nós queremos trabalhar”! A frase foi repetida várias vezes pelo presidente da Cooperativa de Reciclagem Cidade Limpa, Rosalino de Lara, durante reunião da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), na Câmara, quarta-feira (1).


  O encontro contou com a participação dos Vereadores Marcos Gehlen (PT) - “Tuco”, Renato Kranz (PMDB), Márcio Müller (PTB) e Rose Almeida (PP), além do presidente da União Montenegrina de Associações Comunitárias (UMAC), João Santos.
Rosalino de Lara pediu socorro ao Legislativo para que as mais de 11 famílias de catadores possam voltar a trabalhar na triagem do lixo da cidade, o que não está acontecendo. Citou que a Cooperativa está em fase de regularização e que faltam algumas obras do galpão de reciclagem. Como já existe um contrato com a Prefeitura de cedência dos equipamentos para a Cooperativa, Rosalino explicou que os catadores estão se revezando 24 horas para cuidar das duas esteiras e uma prensa.
“As próprias famílias estão empenhadas em cuidar do material. Hoje, às seis horas, eu mesmo levei uma pessoa para o Galpão, em Potreiro Grande”. O Vereador Márcio Müller classificou a situação como “preocupante”. Alerta que poderá estar sendo gerado um passivo trabalhista para o Município.
    Rosalino, em um tom mais enfático, cobrou dos Vereadores se existiria algum projeto na Câmara para a construção do Galpão e que não estaria sendo votado, pois foi dito a ele que dependia da Câmara. Imediatamente, o presidente da Câmara, Renato Kranz e o da Comissão, Marcos Gehlen “Tuco”, responderam que o Legislativo sempre foi e será parceiro dos catadores e que inclusive já havia sido aprovado um recurso no Orçamento de 2014, no valor de 300 mil reais.  “Dinheiro tem. São R$ 100 mil para equipamentos e R$ 200 mil às obras”, citou Kranz, entendendo que precisaria, mesmo, a agilidade do Executivo e vontade de fazer.

Trezentas toneladas estariam deixando de serem      recicladas
   

     Segundo Rosalino, em Montenegro a estimativa é de que poderiam estar sendo reciclados em torno de 300 toneladas/mês. “Fazendo um cálculo por alto, seria pago R$ 1,00 por Kg”, ponderou.
    João Santos, que vem acompanhando a situação dos catadores juntamente com a Câmara e a Administração, está lutando para que a reciclagem se torne realidade. Completando, lembrou que existe uma Emenda ao Orçamento do governo federal, para construir outro galpão.
    A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos deverá realizar um novo encontro, desta vez com a participação do Secretário de Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania, Jalvi Machado, para que se possa ter o diagnóstico real das razões de não ter sido realizada esta obra do galpão.

     Transportes para alunos do noturno do CIEP
   

Uma segunda pauta foi discutida na mesma reunião, quarta-feira. A Comissão de Cidadania recebeu a Secretária de Educação interina, Maria Beatriz Rodrigues e Silvana Schalenberger, também da SMEC. Tratado sobre o transporte de alunos do CIEP, no turno da noite, que cursam Educação de Jovens e Adultos, o EJA. A CCDH recebeu a solicitação de estudantes que quando retornam às suas casas, após o final das aulas, precisa caminhar por ruas escuras, caso de moradora no Bairro Bela Vista e do grupo que reside próximo à UNISC. Kranz lembrou que a maioria destes estudantes são mulheres. “Não podemos esperar que eles desistissem de estudar, por falta de transporte”, acrescentou.
    A Secretária Beatriz Rodrigues e Silvana alegaram que não chegou à SMEC nenhuma demanda sobre transportes, por parte da direção da Escola. Porém, se comprometeram a ter reunião no dia seguinte com o diretor do educandário. Irão buscar uma solução junto aos transportadores licitados, que poderia ser um aditivo ao contrato. Os Vereadores da CCDH ficaram satisfeitos com o empenho das profissionais e manifestaram que irão aguardar o resultado.