Empresário e motorista depõe na CPI do Lixo
O Prefeito Paulo Azeredo (PDT) esteve presente, acompanhado de seu novo advogado Aloísio Zimmer Júnior, da Medina Osório Advogados, do Procurador Geral do Município Elias Bragatto, do Chefe de Gabinete Clóvis Domingues e da produtora contratada por ele para filmar as reuniões da Comissão.
O primeiro a se manifestar foi o empresário da Ecotrat, Angelo Engel, que respondeu uma “chuva” de questionamentos tanto dos Vereadores como dos representantes de Azeredo. Iniciando, o Vereador Marcos Gehlen (PT) - “Tuco”, relator da CPI, foi enfático: a partir de que data o lixo foi encaminhado para a Ecotrat, desde a contratação da Biomina, e se algum funcionário da Prefeitura acompanhava a pesagem.
Angelo disse que a relação com a Biomina foi curta, durando apenas 11 dias. Dentre as razões, o falecimento do sócio da Ecotrat, e também a de ter notado logo que a forma da Biomina trabalhar era “meio atrapalhada”. Quanto à pesagem do lixo neste período, era esporádica e não tinha acompanhamento de funcionário da Prefeitura. “Não tínhamos o compromisso de pesar, o negócio era receber o lixo e levar para Minas do Leão”, declarou o empresário.
O presidente da CPI, Vereador Márcio Müller (PTB) questionou a relação da Ecotrat antes e depois da Biomina em Montenegro. Angel explicou que, na época do governo Percival de Oliveira (PMDB), foi contratado a locação da área mais o transporte. Este contrato foi rompido pela gestão atual, que passou todos os compromissos (transbordo e transporte) para a empresa que estava fazendo o recolhimento de lixo na cidade. Müller acrescentou ainda a questão dos pagamentos entre Biomina e Ecotrat. “Não os recebemos, entramos na Justiça”, confirmou.
Renato Kranz (PMDB) lembrou que o contrato com a Biomina continha vários itens, inclusive o transporte. “Quem transportava o lixo para o destino final?”, indagou. Angelo alega que durante os 11 dias de relação com a Biomina fez o serviço e que “alguém vai ter que pagar esta conta”.
O Procurador do Município Elias Bragatto levantou a relação de Angelo Engel com os garis, se havia conversado com eles alguma vez. O empresário negou esta relação, afirmando apenas que conhece muitos. Citou ter sido acusado de algumas coisas, se referindo ao “carro preto no posto onde ficavam os caminhões da Biomina”.
Aloisio Zimmer, o novo advogado de Azeredo, também fez perguntas, apontando para as relações ocorridas no passado recente, questionando se o vínculo anterior da Ecotrat com o Município era via contrato emergencial. Rapidamente, o presidente da CPI deliberou que a Prefeitura forneça cópia deste contrato no prazo de cinco dias.
Até o Prefeito Paulo Azeredo fez perguntas e entregou algumas fotos tiradas na Ecotrat, na triagem no momento da chegada do material, e ainda de blocos de lixo condensado. Encerrado o depoimento do empresário, o motorista Marcelo Junior Nunes falou.
Os questionamentos à Nunes estiveram focados na questão que envolve sua assinatura nas pesagens do lixo em São Leopoldo, e se existia o acompanhamento de funcionário da Prefeitura.
Segundo o motorista Marcelo Nunes, a assinatura nos tickets é sua e a Prefeitura de Montenegro não tinha nenhum funcionário no momento da pesagem. “Como colaborador da Biomina, não fiscalizava nada, apenas assinava a etiqueta eletrônica”, afirmou. O motorista disse ainda que não descia do caminhão em São Leopoldo, para onde o lixo estava indo, pois a entrada no local era proibida.
Encerrado os depoimentos, a Comissão atendeu solicitação do Vereador Dorivaldo da Silva - “Dorinho” (PDT): na próxima semana, ouvir o proprietário da Biomina. Também a de Renato Kranz: convocar um representante da empresa Revita, para onde o lixo estava sendo levado durante o período da Biomina.
Por último, definido que o segundo advogado contratado pelo Prefeito tem prazo até a próxima segunda-feira, para entregar uma procuração que o estabelece como representante legal de Paulo Azeredo.