Empresas de telefonia móvel alegam não ter obrigação de investir em melhorias no interior

por mon — publicado 26/03/2014 15h55, última modificação 01/06/2016 11h02
A Câmara promoveu reunião na manhã de quarta-feira (26), visando buscar melhorias no serviço de telefonia móvel celular no interior do município, diante das reclamações de moradores de várias localidades.

    A iniciativa elaborada pelo gabinete do vereador Márcio Müller (PTB) e subscrita pelos Vereadores Renato Kranz (PMDB), Marcos Gehlen (PT) e os Progressistas Rose Almeida e Carlos Einar de Mello - “Naná”. A discussão aconteceu com a participação dos representantes da Vivo, OI, Claro e moradores. Também convidada, a TIM sequer compareceu, “num total desrespeito com os usuários”, lamentam os organizadores.
    O presidente da Câmara abriu os trabalhos afirmando que é um “caos” o sinal móvel no interior do município. Já Márcio Müller alegou que fez vários Pedidos de Informação, todos respondidos, porém, sem alguma sinalização quanto a possíveis melhorias no sinal de telefonia móvel no interior, o que motivou esta reunião com os representantes das empresas. “É um serviço essencial, nossos habitantes do interior não são contemplados, inclusive tendo prejuízos como pequenos agricultores”, lamenta o petebista.
    Rose Almeida, Naná, Ari e Braatz também falaram no mesmo sentido, da necessidade do serviço ser melhorado. Ari chegou a mencionar a alteração da Lei que restringia muito a instalação de novas antenas, a qual foi alterada. Como líder do governo, comentou que o prefeito daria todo o apoio à reivindicação.
    Também presentes à reunião, moradores nas localidades de Bom Jardim, Vendinha, Fortaleza, Passo da Pimenta, Muda Boi, Serra Velha, Costa da Serra, Pinheiros, Vapor Velho e Santos Reis perderam as esperanças, assim que os representantes das três empresas começaram a falar. Tanto Vivo, a Claro e a Oi se apegaram na questão do amparo legal, para justificar a não melhoria nos serviços do interior. As operadoras alegam que sua obrigação é com o sinal no perímetro urbano, e que só um site (antena) custaria mais de R$1,5 milhão.
    Vagamente, Antônio Frederico Cesaro, representante da empresa Vivo sinalizou com pequena possibilidade de instalar uma antena na localidade de Costa da Serra. Porém, este assunto já vem sendo discutido há muito tempo, e ele não assumiu nenhum compromisso. Segundo o representante da OI, é compreensível a grande necessidade do interior, já que atualmente o telefone não serve simplesmente para falar, e sim como um instrumento de navegação na internet.
      

         Telefone Fixo para todo o interior até 2015
   

   Nem tudo foi só notícia ruim. O Diretor de Relações Institucionais da OI, Jaime Borin, garantiu que a empresa tem o compromisso legal de, até dezembro de 2015, levar o serviço de telefonia fixa para todo o interior do município, num raio de até trinta quilômetros do perímetro urbano. “Esta será uma alternativa para os moradores, contemplando várias localidades do Município inclusive com serviço de internet”, acrescenta.

     Vivo anuncia melhorias no perímetro urbano
  

    Já para o perímetro urbano, que é obrigação das Operadoras, a Vivo anunciou a melhoria nos serviços com a instalação de duas antenas: uma no Bairro Progresso e outra no Bairro Estação. Segundo o Engenheiro Antônio Cesaro, este processo está bem adiantado, faltando somente resolver a questão dos terrenos que serão locados. Laiana Souza, do Departamento de Relações Institucionais, completou afirmando que serão ampliados três pontos (antena) já existentes em Montenegro.
    Os representantes da operadora Claro, Álvaro Marcelo Pereira e Debora Baptista, também salientaram que existe um planejamento para Montenegro. Álvaro, da área de Engenharia, tentou explicar como funciona o sistema móvel para os moradores. Estes apresentaram uma “chuva” de reclamações como, por exemplo, Luiz Nelson, de Muda Boi, que alegou ter piorado ainda mais o serviço prestado pela operadora Vivo.
    Renato Kranz voltou a falar, lembrando que o serviço de telefonia fixo não vai resolver a necessidade dos moradores. “O produtor rural não fica dentro de casa. Precisa ter o telefone junto com ele na lavoura, seu negócio é lá”, desabafou. Em seguida, enquadrou as operadoras: qual o compromisso de vocês? Novamente, os representantes voltaram à questão do amparo legal, que justifica o não investimento no interior.