Enchentes: Câmara irá cobrar o andamento de projeto de contenção
O anúncio ocorreu durante seu discurso na tribuna da Câmara, na sessão de quinta (29). “Queremos saber o que está acontecendo, qual o projeto e o quê já foi feito”.
O assunto “enchentes” motivou a maior parte dos discursos dos Vereadores, na sessão da semana marcada pela ocorrência de mais uma cheia em Montenegro. Iniciou com o pronunciamento, na Tribuna Livre, de Paulo Giovane Bender, representando a Associação Comunitária do Bairro Ferroviário. Ele disse ter sido intensamente procurado por moradores, assustados com notícias sobre o que propõe o novo Plano Diretor, com relação às áreas alagáveis dos Bairros Ferroviário, Municipal e Industrial.
Giovane solicitou que a Câmara crie uma comissão para ir ao Governo do Estado pressionar a Engeplus, empresa que venceu a licitação para o projeto de contenção das cheias da Bacia do Rio Caí, “para saber por que este projeto não anda”. E que convide o comandante da Patram, para explicar a existência de diques de lavoura de arroz na margem esquerda do Rio, apontada pelo Departamento de Análises Técnicas do Ministério Público de Portão.
Disse que no momento a enchente atinge até a esquina da Ramiro com José Luiz. “Futuramente, poderá estar na altura da Praça e do Café Comercial”. Solicitou o chamamento à Câmara do comandante da Patram “e que ele cumpra seu papel de polícia”. Lembrou que “a construção de dique na margem de Rio é crime, pois a margem é área de preservação permanente, a várzea é para ser ocupada pela água”.
Na opinião de Giovane, “depois que tirarem todos os diques da margem esquerda do Rio Caí e reestabelecerem a natureza, se a enchente continuar, aí aceitamos realocar moradores de bairros, mas primeiro que a Polícia faça o papel de polícia, que a Câmara cobre isto”. Em seu discurso, o Vereador Marcos Gehlen (PT) – “Tuco” foi taxativo: “a realocação ou remoção de pessoas das áreas alagadas nunca passou pela Câmara”.
Segundo Joacir Menezes (PMDB), a Câmara será parceira dos moradores: “é importante que vocês saiam daqui sem ilusões. Vamos encaminhar o processo de discussão, a Casa fará o possível dentro de sua alçada”. Para o peemedebista Renato Kranz, “é um tema complexo, difícil, mas que precisa ser enfrentado pela sociedade como um todo”.
A Vereadora Rose declarou que todos assistiram espantados até onde foi o nível da água na última enchente. “A tendência é aumentar”, lamentou. Segundo Rose, que reside há 30 anos nas proximidades do CTG Estância do Montenegro, e a água só chegou até a frente de sua casa na enchente de 2007 e na deste ano. “Precisamos ir atrás do projeto no Governo do Estado. Lá, o senhor, Vereador Tuco, vai abrir as portas para nós”.
Anunciou que a Câmara irá formará uma comitiva, com representantes dos moradores. Também lembrou que, com o apoio dos dez Vereadores, irá promover reunião com a Patram e Ministério Público, para verificar quais são, efetivamente, os diques existentes no local apontado.