Estado deve quatro milhões de repasses ao Hospital Montenegro

por mon — publicado 25/06/2015 14h51, última modificação 01/06/2016 11h02
O único hospital filantrópico que atende 100% Sistema Único de Saúde (SUS), Hospital Montenegro, tem a receber em repasses atrasados do Estado em torno de R$ 4 milhões.

    Deste montante mais de R$ 2 milhões são ainda de 2014, quando o atual Governo não havia assumido. Essas e outras informações foram apresentadas na manhã de quinta-feira (25), na Câmara de Vereadores de Montenegro. A reunião é de iniciativa do vereador Roberto Braatz (PDT), aprovada por todos os vereadores em plenário. Participaram o proponente Braatz, vereadores Rose Almeida (PP), Carlos Einar de Mello (PP) “Naná”, Renato Kranz (PMDB), Diretor do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira e a Delegada Adjunta da 1º Coordenadoria Regional de Saúde do Estado, Maria Finger.
    Roberto Braatz disse que foi motivado diante da preocupação quanto ao corte de recursos do Estado. Lembrou que o Hospital Montenegro já atravessou uma grande crise e que agora está andando bem. Cita que estão atendendo em várias especialidades toda região do Vale do Caí. “Notícias negativas quanto atrasos e cortes nos repasses preocupam a população”, alerta o vereador. 
    O diretor do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira acompanhado do gerente de Faturamento, Maicon Vicente Mendes, trouxe números quanto aos repasses em abertos por parte do Estado.
Segundo Batista em novembro 2014 ficou R$ 2 milhões e 300 mil ainda não pagos. “Em abril e maio foram feitos cortes nos valores a receber, somando todo o atraso, totalizam em torno de R$ 4 milhões”, comenta o diretor. Ele lembrou que o Hospital Montenegro é referência de atendimento para 170 mil pessoas, manifestando preocupação quanto aos corte que o Estado está fazendo nos recursos.  Batista declara que houve avanços como a conquista moratória que permite o HM ter suas negativas regularizadas. “Não podemos atrasar os impostos, caso isso aconteça poderemos perder todo o trabalho realizado para conquistar a moratória”, argumenta.
Os vereadores Naná e Rose foram enfáticos ao temer que possa voltar os problemas do hospital. “O momento de atacar e fazer ações é agora, não podemos esperar uma nova crise”, defendem. Renato Kranz (PMDB) ressaltou a importância de fortalecer os hospitais regionais, especialmente os que atendem o SUS. “Não é admissível uma pessoa ter que ir de madrugada para Porto Alegre para fazer um exame, esses serviços precisam ser realizados nas regiões”, cobrou Kranz.
    De forma transparente a Coordenadora Adjunta da Saúde, Maria Finger repetiu o que já está sendo propagado pelo Governo atual: “Não temos dinheiro, o Estado passa por uma grande crise financeira”. Ela completa dizendo que gostaria de trazer boas notícias. Finger explicou que reconhecem a dívida com o Hospital Montenegro, porém, não pode informar uma previsão deste pagamento. Quanto ao contrato com o Hospital Montenegro 100% SUS, já está analisando. Também não negou que foram necessários cortes nos repasses aos hospitais de uma forma geral, não sendo somente o de Montenegro. Batista defendeu a instituição HM observando que os cortes não foram corretos e que isso já foi comprovado. Em tom de desabafo, Batista trouxe o exemplo do Hospital de Viamão que, além de não ter corte nenhum nos repasses, acabou recebendo aditivo financeiro.
    Maria Finger admitiu que fosse revisto algumas situações referentes aos cortes, prontificando a fazer reunião na Coordenadoria, com o Diretor do Hospital, entre os dias 09 e 10 de julho. “Sabemos que o Hospital Montenegro vive do dinheiro público, isso vai ser levando em conta”, acrescentou a Coordenadora Finger.
     Diante destes atrasos dos repasses, diminuição da receita, o vereador Kranz perguntou ao gestor do Hospital qual seria a alternativa, se existe possibilidade de redução de custos? Batista explicou que já estão sendo adotadas medidas, porém, saúde se faz com pessoas. “Não é possível demitir profissionais seja da limpeza ou área médica, todos são necessários”, completa.
    Maria Finger propõe que Montenegro assuma o serviço de radiodiagnóstico e passe a receber os recursos do Estado. “Precisamos pensar na regionalização da saúde”, defende Finger. Antes do encerramento da reunião, a coordenadora fez elogios ao Hospital Montenegro no quesito atenção primária.
    O proponente Roberto Braatz saiu satisfeito com o resultado da reunião, pois, ficou  agendado encontro entre as partes: Hospital e Estado para dialogar e buscar alternativas conjuntas.