Futuro do Parque Tecnológico discutido na Câmara
Atendendo Requerimento apresentado pelo Vereador Roberto Braatz (PDT), a Câmara promoveu quinta-feira (13) um encontro para tratar sobre a aplicação da lei. Além dos Vereadores, participaram representantes da UNISC, Executivo, ACI e COMCITI (Conselho Municipal da Ciência, Tecnologia e Inovação).
Na condição de proponente, o Vereador Braatz trouxe informações quando ao andamento de outros Parques Tecnológicos e questionou se a Administração Municipal avançou no processo, com relação ao de Montenegro. O Vereador Renato Kranz (PMDB) lembrou que esta ação iniciou em 2011 junto à experiência da Unisc. Kranz lamentou a demora, fator que pode ter contribuído para a perda de empresas como a LINX, que gerava mais de 120 empregos. Tuco completou alegando que a pauta de votações na Câmara chegou a ser obstruída, como forma de protesto, para que o projeto fosse encaminhado pelo Executivo. Os comentários tiveram como objetivo apurar, de fato, qual será o futuro do propagado “Parque Tecnológico de Montenegro”.
Segundo o presidente do Conselho Municipal da Ciência, Tecnologia e Inovação – COMCITI, Lorenzo Mattana Muller, foram feitos vários contatos com a empresa LINX. Além desta, não havia nenhuma outra empresa interessada na Incubadora. Também disse que durante a construção da Lei, percebeu espaços ociosos em outros Parques Tecnológicos. Citou ainda que o COMCITI iniciou com 24 membros, sendo que às últimas reuniões compareceram apenas três ou quatro.
Outro aspecto considerado por Lorenzo foi quanto à vocação do Programa de Incentivo, a qual seria inicialmente na área de TI, sendo percebido posteriormente que Montenegro e região têm vocação para o agronegócio. Como exemplo, citou os aviários. Demonstrando total conhecimento, a Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UNISC, Andréia Valim, disse que o objetivo da Incubadora é estimular novos negócios, preparar empresas. Já o Parque Tecnológico é voltado para as empresas consolidadas. “Reconhecer o que temos de bom, investir, é o caminho”, avalizou. Valim garantiu que a UNISC continuará sendo parceira, e que é preciso discutir qual a melhor estratégia. Em sua visão, o COMCITI exerce papel fundamental para estimular a sociedade.
Também da UNISC, Fernando Stanck disse que até há pouco tempo existia por parte do Governo uma política de investimentos em infraestrutura, sendo que esta realidade foi alterada. Como sugestão, Stanck trouxe a possibilidade de se realizar um evento de inovação em Montenegro, em 2016. Quanto ao Parque Tecnológico, citou que a caminhada é longa, sendo que dos dezessete no estado, apenas três estão consolidados.
A atual coordenadora do Campus UNISC/Montenegro, Caroline Kothe, manifestou preocupação quanto aos talentos locais. “Temos alunos, depois de formados, indo para o exterior e outros estados. Estes talentos precisam ser incentivados a permanecerem aqui”, enfatizou.
Conforme o Secretário da Indústria, Comércio e Turismo Carlos Alberto Friederich, a partir da Lei várias reuniões foram realizadas, para a sua estruturação. Acredita que, neste momento, uma estrutura física para o Parque Tecnológico ou uma Incubadora seria somente para gerar despesas. “Não adianta criar um elefante branco”, alertou. Também garantiu que a empresa LINX não saiu de Montenegro por causa da não criação da Incubadora ou Parque Tecnológico.
Voltando a se manifestar, Fernando Stanck observou que existem alternativas que não envolvam somente o espaço físico, citando que a UNISC pode contribuir na área da pesquisa.
Por último, o Consultor Jurídico da Câmara e representante da OAB no COMCITI, Vinícius Kirsten, lembrou que o Conselho foi criado, sendo que a alternativa para a busca de recursos é através do Fundo Municipal. “Não se precisa de milhões para os pequenos projetos”, pontua. Em vários momentos, os profissionais da UNISC abordaram que a Tecnologia e Inovação abrangem todas as áreas, diferente do que imagina o senso comum.