Grupo vai criar fluxograma de atendimento para vítimas de agressão
Além dos proponentes - os Vereadores Marcos Gehlen (PT) – “Tuco”, Rose Almeida (PP) e Renato Kranz (PMDB) - participaram o Vereador Carlos Einar de Mello (PP) – “Naná”, Hospital Montenegro, Polícia Civil e Prefeitura.
Os números apresentados pelo Vereador Tuco referentes a 2013 são impactantes: 501 casos registrados de mulheres vítimas da violência e 333 medidas protetivas. A discussão ficou concentrada na necessidade de um fluxograma que envolva desde o registro de ocorrência até o acompanhamento destas vítimas.
A Delegada de Polícia Cleusa Spinatto - que a partir de 17 de dezembro, quando será inaugurada a nova Central de Polícia do Vale do Caí, estará respondendo pela DP da Mulher - demonstrou dinamismo e propôs novo encontro para 19 de dezembro, com o objetivo de iniciar a elaboração do fluxograma, para atendimento e acompanhamento das vítimas.
O presidente da Câmara disse estar preocupado, uma vez que as coisas realmente não estão funcionando em rede. “A Delegacia registra, o Hospital faz o atendimento médico e depois?”, questionou Kranz. Na mesma linha, a Vereadora Rose Almeida (PP) lembrou-se da luta para a instalação da Delegacia da Mulher. Porém, acredita ser preciso avanços no que tange ao pós-atendimento.
Voltando a se manifestar, a Delegada Spinatto reforçou que a Delegacia sozinha não vai resolver, sendo necessário uma rede de trabalho organizada, envolvendo, por exemplo, o atendimento psicológico às vítimas.
Questionado pelos Vereadores quanto às ações da Secretaria, o titular da Habitação, Desenvolvimento Social e Cidadania Pedro Jalvi Machado, falou quanto à necessidade de ser criada a Secretaria da Mulher para que se possa fazer este trabalho, justificando que a estrutura da sua Secretaria é muito pequena. “Passamos a maior parte do tempo atendendo demandas judiciais”, declarou.
Jalvi informou ainda que dois apartamentos estão sendo equipados para que se possa, ao menos, atender os casos mais graves. “Coloco a Secretaria à disposição para que possamos construir esse fluxograma”, acentuou. Na mesma linha, Elocy Garcia da Rosa disse haver carência de pessoal na Secretaria de Saúde, e que também estaria disposta a contribuir para a construção do fluxograma.
A coordenadora do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), Ângela Maria Ventura, explicou que hoje o Município conta com psicólogos para o primeiro atendimento e possui convênio com a Casa de Passagem. “Na maioria das vezes, as vítimas permanecem no máximo dois dias e não retornam mais”, conta a coordenadora. A Assistente Social Neiva Saldanha admite que o Município não conte com um local ideal.
A queixa das representantes do Hospital Montenegro (HM) é de que a casa de saúde realiza o atendimento às vítimas da violência, mas encontra dificuldades na hora de encaminhá-las para o Departamento Médico Legal, em Porto Alegre, pois este serviço não compete ao HM. Em defesa, a Secretária Elocy garantiu que Montenegro tem contrato com uma empresa de remoção.
Em um tom mais forte, o Vereador Tuco lembrou que o planejamento das prioridades deveria ser realizado no interior da Administração, pelos seus gestores. “Gostaria de ver qual o planejamento que a Secretaria possui para enfrentar este tema”, cobrou. Finalizando, o petista lamentou a ausência do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM).
Para os Vereadores proponentes a reunião foi produtiva, tendo como resultado o compromisso assumido com a construção de um fluxograma de atendimento às vítimas.