Mais uma tentativa para empresa retomar obras da Selma Wallauer e Ernesto Zietlow
Problemas encontrados na Ebrax Engenharia e Construção dificultam a retomada dos serviços. Polêmica debatida na Câmara segunda (29) à noite, em encontro proposto pelos Vereadores Roberto Braatz (PDT), Gustavo Zanatta (PP) e Renato Kranz (PMDB).
Representando o Executivo, participaram o Secretário de Obras Públicas Edar Borges Machado, a Secretária de Gestão e Planejamento Nádia Fabre, o Engenheiro da Prefeitura e fiscal do Contrato, Mário Rosa, além de moradores das comunidades. A Ebrax foi convidada, mas não compareceu.
Os primeiros a se manifestar foram os proponentes Roberto Braatz e Renato Kranz. Praticamente fizeram os mesmos questionamentos e argumentações. Para eles, a comunidade não pode mais ficar aguardando tanto tempo para a conclusão destas obras. Em seguida, perguntaram as razões da paralisação, quanto já foi pago referente às etapas concluídas, e se existe previsão de reinício. “Precisamos confrontar para ter as justificativas, é uma obra pública com contrato assinado”, pontuou Braatz. O Vereador classificou a ausência da empresa na reunião como uma “falta de respeito com os moradores, Executivo e Legislativo”.
Kranz lembrou que a execução da Ernesto Zietlow está mais atrasada ainda do que a da Selma Wallauer. Outro aspecto apontado por ele foi quanto ao problema criado ao arroio, a partir da pavimentação da Selma. “Está uma bagunça! Vocês moradores têm o direito de saber o que, de fato, está acontecendo”, defendeu Kranz.
Quem deu a maior parte das explicações foi o Engenheiro Mário Rosa. Quanto ao pagamento destas obras, garantiu que foi somente o executado até o momento. Citou que inclusive existe uma dívida com a empresa, quanto ao realizado e não previsto em contrato, na parte de canalização. “Até agora houve oito medições, sendo que a obra realmente foi paralisada em novembro”, explica.
Mario Rosa conta que, a partir desta data, foram realizados diversos contratos com a empresa, via e-mail e telefone, pedindo que retomasse os serviços. Posteriormente, a empresa acabou sendo vendida. O Engenheiro disse que em janeiro a Ebrax prometeu reiniciar as obras. “Fiz um contato ainda hoje, e eles sinalizaram positivamente”. Rosa observa que a Prefeitura já poderia ter rescindido o contrato. Porém, isto significa fazer todo o processo de novo, o que conforme Mario é demorado, sendo necessário, inclusive, o levantamento dos novos custos.
As informações de Mario Rosa foram endossadas pela Secretária de Gestão, Nádia Fabre, argumentando ter realizado diversas reuniões no Executivo para tratar deste assunto, sendo que o engenheiro da empresa garantiu que iria retomar as obras. “Da nossa parte não existe má vontade. Estamos tentando flexibilizar, para não ser necessário uma nova licitação”, pondera Fabre.
Para ilustrar a situação, o Secretário de Obras Edar Borges utilizou uma metáfora: “quando o filho começou a nascer, parou no meio do caminho”. Lembra que o Poder Público precisa seguir todos os trâmites. Completando, disse que o ideal seria que realmente a empresa retomasse as obras.
O Vereador Luis Carlos de Azeredo pediu para que os representantes do Executivo tentassem mais uma vez junto à empresa a retomada dos serviços, com isto evitando a rescisão do contrato e, consequentemente, nova licitação.
Cassildo Chassot, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Faxinal, que vem acompanhando de perto o processo, lamenta que a comunidade não tenha tido sorte, sendo vítima de esta empresa estar com problemas. “Viemos aqui hoje na expectativa de encontrar uma solução”, contou Chassot.
Mário Rosa voltou a responder duas perguntas dos Vereadores Braatz e Kranz: sobre se a empresa teria sido multada e se os contatos foram formalizados. O Engenheiro disse que, neste primeiro momento, multar a empresa não seria a melhor alternativa. Afirmou que alguns contatos foram por telefone, outros por e-mail.
Última tentativa com a empresa
Assegurado pelos representantes do Executivo que esta semana seria feita a última tentativa junto à empresa, para que retome as obras. Caso isto não ocorra, irão providenciar os trâmites legais de rescisão de contrato e aplicação de penalidades.