Modo de acolhimento da Casa de Passagem “Casulo” debatido na Câmara
O autor do Requerimento, Vereador Marcos Gehlen (PT) “Tuco”, em conjunto com mais seis Vereadores da bancada de oposição, abriu as manifestações. Participaram representantes do Recreo, Conselho do Idoso, Conselho Tutelar, Conselho da Mulher e o de Assistência Social.
Segundo Tuco, é preciso esclarecer a informação de que idosos, moradores de rua, crianças e mulheres vítimas da violência estariam sendo abrigado no mesmo espaço da Casulo, numa espécie de necessidade urgente, no sentido de suprir a carência. Para Tuco, se isto de fato acontece é uma “ocorrência grave, não é possível ter todas estas pessoas em situação distantes juntas”. “Reconhecemos o trabalho do Recreo, onde está inserido o Casulo. Porém, é preciso um olhar atento a essa bomba social, colocando todos no mesmo espaço”, acrescenta. O petista acredita que o Casulo deveria abrigar apenas pessoas de rua. Crianças e mulheres vítimas da violência devem ter outro local adequado.
O vice-presidente do Recreo, Nelson Lopes de Sousa, disse que eles estão no mesmo local, mas o espaço físico é separado. Porém, concorda que este não é o ideal para crianças e mulheres. Explicou que crianças e mulheres geralmente acabam no Casulo em caráter provisório, 3 a 4 dias, até que a situação seja resolvida. “Recebemos recursos do Município para 12 pessoas, chegamos a ter 32”, desabafou. Nelson disse também que a verba de R$ 17 mil aprovada na Câmara seria para melhorias na cozinha da Casa.
Cristiane Kirjner, do Conselho da Mulher (COMDIM), também não concorda que as mulheres violentadas sejam encaminhadas ao Casulo: “é preciso urgentemente uma casa adequada, sendo que muitas vezes estas mulheres fogem dos seus agressores trazendo consigo os filhos”. Cristiane ainda lamentou que a Administração não ouvisse os Conselhos existentes. A Conselheira Tutelar Leila Ternes argumentou que nenhuma criança é encaminhada sozinha para o Casulo, existe sempre a presença de um familiar, geralmente a mãe.
Inconformado com a situação atual no município, Nelson Lopes lamentou que as entidades estivessem sozinhas fazendo o que cabe ao Executivo, já que a Administração se omite. “O atendimento para mulheres vítimas de violência, inclusive, regrediu”, acentua.
“Lamentável que o município Polo do Vale do Caí não sabe o que fazer enquanto política social”, critica Tuco, presidente da CCDH. Após ouvir todos os relatos das pessoas presentes, representando várias entidades, os Vereadores definiram que irão montar um dossiê e encaminhá-lo ao Ministério Público.