Residencial Cinco de Maio: uma coleção de problemas

por mon — publicado 20/08/2014 14h02, última modificação 01/06/2016 11h05
Por mais de duas horas, na tarde de terça (19) a Câmara de Vereadores - atendendo solicitação do presidente do Conselho de Habitação, João Santos – promoveu reunião sobre denúncias de problemas que estariam ocorrendo no Residencial Cinco de Maio. Moradores, o ex-secretário da Habitação Juan Rocha e membros do Conselho de Habitação expuseram a situação aos Vereadores e cobraram providências.


     
    Conforme declarações, o Residencial seria uma verdadeira “coleção de problemas”. João Santos, presidente do Conselho, classificou-os como “descaso e desrespeito”. Disse que solicitou à Caixa Econômica Federal o laudo técnico do prédio Sete e que, até à última segunda-feira, ainda não o havia recebido. Fez igual pedido à Prefeitura e denunciou que os problemas não são recentes. “Somente agora a Caixa Federal ligou para dizer que o documento está liberado”, citou, fazendo alusão àquela tarde. 
    Santos acrescenta que, quando solicitadas, não foram fornecidas nem mesmo as etapas do trabalho. Outra observação do presidente do Conselho: a Caixa Federal tinha o compromisso de contratar empresa para, nos primeiros doze meses, fazer o gerenciamento do Condomínio, o que não aconteceu.
    Na coleção das reclamações, a quanto ao local onde foram colocados os medidores de consumo de água: na parte superior do prédio. A Corsan alega que não pode efetuar a medição individualizada, tendo que emitir uma conta única para todos os usuários do Condomínio. Mofo, rachaduras, infiltrações também foram citados como problemas. Abordadas ainda questões envolvendo o síndico Murilo, o qual, conforme os participantes, “nem mesmo mora no prédio”, e teria cometido uma “sucessão de erros”.
    Quanto ao laudo técnico do prédio Sete, o ex-secretário de Habitação Juan Rocha alegou que a Prefeitura também não teve acesso a ele, sendo que compete à Caixa Federal.  O Engenheiro João Luis Collares Machado reafirmou: o pedido está sendo feito há meses e o Conselho vem solicitando-o reiteradamente. “Por que a Prefeitura liberou o Habite-se sem o laudo técnico?”, questionou.
    Juan Rocha alegou que o fiscal desta obra não é a Prefeitura e sim a Caixa Federal, Agente financiador do programa social. A Vereadora Rose Almeida (PP) disse não entender como o Município recebeu um empreendimento deste porte sem a devida fiscalização. Lembrou ainda que o terreno, inclusive, pertencia à municipalidade. Quanto à preocupação com as fundações do prédio Sete, o Engenheiro Collares alertou aos moradores que eles deveriam ficar atentos, pois caso ocorra algum problema haverá sinais visíveis, tais como rachaduras.
   

                   Chove dentro do apartamento
 

  A atual síndica, Juliane de Souza, denunciou que no Prédio Um chove para dentro, as rachaduras são aparentes e existem vazamentos na casa de máquinas que já afetaram motores. Collares, que possui experiência em obras, declarou ser “inadmissível” aceitar uma obra com vazamento. Depois de vários desabafos, que inclusive levaram a moradora Fátima Elena Maciel às lágrimas, os Vereadores Renato Kranz (PMDB) e Rose Almeida (PP) reafirmaram seu compromisso em acompanhar o caso mais de perto, até a solução dos problemas.
    Inclusive, deverão elaborar dossiê com levantamento fotográfico e outras informações, para cobrar providências dos responsáveis. Kranz e Rose não admitem que o sonho da casa própria vire um “pesadelo” para as pessoas. Pretendem ter um encontro com a Corsan, para tratar sobre as ligações individuais de água. Por último, Kranz também pediu ao presidente do Conselho para que, assim que tiver em mãos o laudo técnico do Prédio Sete, o encaminhe ao Legislativo.
    Outra denúncia grave dos moradores foi quanto à empresa contratada pela Caixa Federal para prestar serviços de Assistência Social no Condomínio, os quais não estaria realizando. Santos foi enfático ao dizer que a Aquarela Serviço Social Ltda. “faz de conta que presta os serviços”.
    Por último, afirmou que a maior parte dos problemas referentes à administração do condomínio dizem respeito à Caixa Federal, que deveria contratar uma empresa para fazer sua gestão nos primeiros doze meses, conforme constava no contrato, e não fez. Completando, Collares manifestou sua preocupação quanto ao fato de que, se não houver trabalho social, o condomínio pode acabar virando uma “favela”.
    Os Vereadores realizarão uma visita in loco na próxima semana, acompanhados da Assessoria de Comunicação e da Assessora Especial, com o objetivo de fazer o levantamento do problema, para posteriormente elaborar um dossiê.