Travessa Steigleder: solução ainda está muito distante
Presentes o Executivo, Brigada Militar, Polícia Civil e OAB - Subseção Montenegro. Apesar de convidados, Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar não compareceram.
A primeira manifestação foi do proponente Roberto Braatz, citando manchete veiculada na imprensa: “Na viela estreita, a única presença do Estado são as viaturas policiais”. Fez esta referência para chamar a atenção de todos os presentes, sobre a importância de o Poder Público tomar medidas imediatas. “São crimes de todas as ordens. Mais de 50% dos assassinatos aconteceram nesta pequena extensão de área”, lamenta o Vereador.
Em seguida, o Delegado de Polícia Eduardo de Azevedo Coutinho reconheceu que, de fato, a Travessa José Pedro é uma área conturbada. Contou que tanto a Brigada Militar como a Polícia Civil já fizeram inúmeros flagrantes, e que os órgãos estão atuando, com vários inquéritos em andamento. “Não são todos os moradores, é uma pequena parcela ligada ao crime, especialmente ao tráfico de drogas”, aponta Azevedo. Completou observando que “onde a miséria impera, o crime se prolifera”, destacando a importância da intervenção do Poder Público.
A manifestação do Comandante do 5º BPM, Marcus Vinicius Dutra, também foi no sentido de que as forças policiais estão fazendo a sua parte, e que precisaria haver ações sociais junto a estas famílias. “Na própria viela, passa apenas um carro por vez”, lembrou. Entre os itens necessários, Dutra destaca o saneamento, urbanização e iluminação.
Braatz voltou a dizer: a esmagadora maioria das pessoas que moram neste local é “do bem”. O Chefe de Polícia Alisson Castilhos contou que, nos últimos três anos, “é alarmante” a migração de jovens de 16 aos 22 anos que estão vindo trabalhar no tráfico em Montenegro.
O Prefeito em exercício Carlos Einar de Mello (PP) - “Naná” disse que a Administração Municipal vem tomando algumas medidas, como construção de uma nova escola próximo ao local, e a regularização fundiária. “Estamos atentos a esta situação da José Pedro Steigleder, vamos minimizar os problemas”, declarou Naná.
O Vereador Marcos Gehlen (PT) - “Tuco”, declarou-se um conhecedor da realidade da Travessa José Pedro Steigleder, disse ser necessária uma atitude emergencial por parte do Governo. Tuco acredita que a própria área não é ideal para moradias, por estar junto ao Cemitério e também ao lado de Área de Preservação Permanente. “Numa possível remoção destas famílias, é preciso ter um projeto com acompanhamento antes, durante e depois”, alerta.
Recondução das famílias para novo local
O Diretor de Ações de Governo, Marcos Roberto Silva - “Guarani” acredita que o ideal é a recondução destas famílias para outra área, além de moradia com dignidade. Ele aponta a necessidade de se resgatar estas famílias.
Em um tom mais enfático, o representante da OAB/Montenegro, Gustavo Harres de Oliveira, disse que a criminalidade deve ser combatida de forma conjunta. Comentou que precisam estar atuando nesta área Agentes Comunitários e Assistentes Sociais, fazendo o acompanhamento efetivo a estas famílias. Na sua visão, é fundamental a repressão através das forças policiais, chegando a sugerir a instalação de um módulo policial nesta área. “A Polícia precisa estar dentro da comunidade, com ações diárias. A retirada destas famílias não irá acontecer agora”, completou. Braatz cobrou novamente: em curto prazo, o quê vocês, da Prefeitura, podem nos dizer?
O Coordenador da Defesa Civil Amorete Tavares, que é Policial Civil aposentado, reforça que o caminho é através da parceria, para enfrentar o crime e os problemas sociais. Tavares acrescenta: é preciso, imediatamente, chamar a liderança desta comunidade para o diálogo.
Conforme Tuco, neste momento é importante a determinação de Governo e ações imediatas. “A liderança ali é o traficante, ele é a referência. Necessário fazer como no Rio de Janeiro: entrar com as forças policiais e acabar”, enfatiza.
Segundo Tavares, finalmente o Gabinete de Gestão Integrada está sendo composto. Na sua primeira reunião, irá levar o assunto “Travessa José Pedro” para a pauta.
O Chefe de Investigação Alisson Castilhos alertou para que, em possível remoção destas famílias em longo prazo, não seja seguido o exemplo da Estação, que está se tornando uma nova José Pedro Steigleder.
Por último, Braatz pediu dados sobre a quantidade de residências, famílias e crianças em idade escolar que vivem nesta área. Marcos Guarani assumiu o compromisso de fazer o levantamento atualizado.