Vimsa não quer mais fazer o Transporte Universitário
O documento foi protocolado sob o nº 001984-22.64/15-0, junto à Diretoria de Transporte Metropolitano, responsável pela fiscalização dos serviços.
Estas e outras informações foram trazidas em reunião realizada pela Câmara de Vereadores de Montenegro, na manhã de segunda-feira (31), atendendo Requerimento do Vereador Gustavo Zanatta (PP). Pela Vimsa, participou o Gerente Operacional Júlio Höerlle. Também compareceram o Secretário de Indústria e Comércio, Carlos Alberto Friederich e os Vereadores Progressistas Gustavo Zanatta e Carlos Einar de Mello - “Naná”.
O autor do Requerimento disse que a reunião atende aos anseios dos estudantes que o procuraram, reclamando do transporte. Dentre as queixas, a condição dos ônibus, falta de cinto de segurança, superlotação e alteração de itinerário. O pedido de solução do Vereador Zanatta ficou prejudicado, no momento em que a empresa demonstrou não ter mais interesse em realizar os serviços.
Hoerlle explicou que os ônibus utilizados pela Viação para os universitários atendem as exigências da Metroplan, que é a de veículos com o máximo de 16 anos de uso. “Tiramos os ônibus que eram mais confortáveis, revisados, em perfeitas condições, em função da Lei, já que todos tinham mais do que os 16 anos”, afirmou.
Dentre as justificativas do Gerente Operacional da Vimsa, Júlio Höerlle, a de que é inviável investir em uma nova frota para o serviço. Conta que a média mensal de arrecadação nas linhas Universitárias é de R$ 8.800,00, sendo que desde 2009 estão deficitárias em 50% dos casos. Segundo ele, a Metroplan autorizou verbalmente a Vimsa a realizar o Transporte Universitário com os veículos que estão sendo utilizados hoje.
Quanto às cobranças do Vereador Zanatta, Hoerlle disse que está amparado na Lei, que não exige para este tipo de transporte o cinto de segurança, e também permite o mesmo número de pessoas sentadas de viajarem em pé. Por exemplo, para um ônibus com capacidade de 50 lugares, é permitido que 50 passageiros ficassem em pé.
Como não pode atender com a mesma qualidade inicial, Höerlle contou que a Vimsa chegou a oferecer as linhas para outros. Porém, não houve interessados. Completando, o Gerente Operacional relatou que a empresa trabalha em todo o sistema, de forma deficitária, desde 2003. Questionado por Zanatta se a empresa tem interesse em continuar, Höerlle observou que estão fazendo o transporte como um serviço social para a comunidade. “Pelo visto, empresa e universitários estão insatisfeitos”, analisou Zanatta. O Vereador, não contente com o resultado, irá marcar uma audiência na Metroplan com o Diretor de Transporte Metropolitano, Vinícius Salvagni.
Assaltos nas linhas de São Leopoldo também na pauta
O Vereador Gustavo Zanatta também é autor do Requerimento de reunião, para tratar das questões envolvendo os assaltos nas linhas Montenegro/São Leopoldo e São Leopoldo/Montenegro. Justificando, observou que há relatos de usuários destas linhas, no sentido de que estão ocorrendo assaltos nos ônibus com frequência. O Gerente Operacional Júlio Höerlle confirmou que, de fato, só no mês de julho foram oito assaltos.
Explica que dentro do possível algumas medidas foram tomadas. Porém, esta é uma questão de segurança pública. “Na maioria dos assaltos, os assaltantes embarcaram na mesma parada, depois da Polícia Rodoviária Federal, em Scharlau”, pontua. Höerlle disse que a empresa não pode escolher o ponto de parada em que vai embarcar o passageiro. Se não parar em uma parada está sujeita a multas. “O pessoal da Polícia mostrou boa vontade, um dos sujeitos está preso”, conta. A situação é tão complicada que Höerlle observou que muitos motoristas não querem mais fazer a linha por medo, e também que reduziu o número de passageiros.
Por fim, pediu o apoio da Câmara para a realização de audiência no Ministério Público de São Leopoldo. De imediato, o Vereador Zanatta se prontificou.