“Dois carros não cruzam na mesma estrada”, lamentou representante de Pinheiros
A presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), Josi Paz (PSB), iniciou explicando que, com a ação, os Vereadores estavam indo “passar na estrada de vocês, conversar com vocês aqui dentro da comunidade”. Da mesma forma, os presentes estavam tendo um momento para ter contato, se não com todos, com a maioria dos Vereadores da atual legislatura.
Cada legislador fez uma rápida apresentação, prosseguindo com a fala de Joel Campos. O primeiro morador a se manifestar definiu que a reivindicação de melhoria das estradas, mesma prioridade de outros pontos do interior, compreende um trabalho de conservação, limpeza e manutenção desde a pista de rodagem até as laterais, e adequado escoamento das águas.
Especificamente, a melhoria nas de acesso a Pinheiros, desde a “Esquina da Sorte”, com início na Rua Getúlio Vargas, até a RS 411, na Costa da Serra. “Nossas estradas estão totalmente abandonadas, dois carros não se cruzam. Isto é um absurdo!”, protestou Joel. Solicitada a sinalização da estrada, mesmo de forma provisória, o que consiste na demarcação da via a cada quilômetro entre a “Esquina da Sorte” até a RS 411, facilitando a localização no caso de um chamamento.
Em segundo lugar, o acesso à telefonia e internet, “prioridade para os jovens, principalmente. O êxodo rural seria evitado, em grande parte, se tivéssemos mais acesso”. Lamenta que na visão das empresas, “o interior tem pouca gente, para eles colocarem uma torre. Não têm interesse, pois irão colocar uma torre para cinco, dez moradores”. A melhoria no acesso, segundo os representantes, é justificada pelo fato de que os produtores rurais, por força de lei, serão obrigados a fazer a certificação digital.
Consciência do que é o agricultor
Feito o pedido para que as rondas da Brigada Militar ocorram com maior frequência e horários diversificados. “O interior, realmente, está totalmente abandonado. A segurança é difícil. A gente não pode ter armas, não podemos nos defender e não tem quem nos defenda”, lamentou Campos.
Joel frisou ser importante aos Vereadores terem consciência da importância real da agricultura. “Isto é uma coisa muito séria. Os agricultores estão debandando”. Apelou aos representantes para acharem um jeito de solucionar o problema, e disse não saber qual seria. Foi solicitada a disponibilização de um Engenheiro Agrônomo a Pinheiros, para atender demandas dos produtores rurais. Outro ponto ressaltado: “vivemos uma crise tão grande, em nível nacional, que para estar bem aqui precisamos ter muita criatividade. A gasolina e o diesel estão subindo cada vez mais, e o produto não sobe o preço”.
E a instalação de luz trifásica. “Sem esta, tudo fica muito mais difícil para a gente. A minha bomba que uso para irrigar as hortaliças é à gasolina, porque não tem trifásica na localidade”, reclamou, apelando às autoridades por uma solução. “O agricultor precisa de mais atenção, de pessoas que estejam realmente interessadas em entender as suas necessidades básicas”.
Afirmou que os agricultores fazem seu trabalho “não somente pelo dinheiro. Estamos aqui porque precisamos estar aqui, para que o pessoal da cidade tenha o alimento”. Disse que seria interessante que, nas Escolas, as criancinhas já tivessem a consciência do que é o agricultor: “toda vez que ela chega em casa com a sua figura representada por um jeca, isto na verdade é uma ofensa para o agricultor”. Arrematou: “esta cultura de que ele está na roça porque não tem outra opção tem que mudar, desde as crianças, para quando chegarem os futuros Vereadores e Prefeitos, eles terem consciência do que é o agricultor”.
Os legisladores presentes tiveram oportunidade de argumentar sobre as necessidades apresentadas por Pinheiros, e seus esforços para encaminhar o que fosse de sua competência, visando contemplá-las. Finalizando, um menino tirou da urna o nome da localidade que vai receber a próxima reunião do Programa “A Câmara Vai aos Bairros e ao Interior”, em novembro: o Bairro Olaria, cumprindo o disposto no regulamento, de intercalar entre a cidade e o interior.