Aparência escura e cheiro forte na água: reunião discute problemas no abastecimento da Corsan em Montenegro

por adm publicado 30/03/2022 15h55, última modificação 31/03/2022 08h27
A falta de chuvas fez com que o rio Caí baixasse o nível consideravelmente e isso influenciou na captação de água para o abastecimento.

Água turva, cheiro forte. Os problemas enfrentados pela população, no início deste ano, com o abastecimento de água feito pela Corsan, geraram inúmeros debates na cidade e nas redes sociais. Um destes aconteceu na manhã de hoje, na Câmara de Vereadores de Montenegro. A reunião foi requisitada pelo gabinete do legislador Felipe Kinn (MDB). “Nós acompanhamos nos últimos meses toda esta situação e estamos em busca de uma solução já que fomos bastante procurados pela população”, destacou o vereador.

Segundo o engenheiro da Corsan, Marcelo Faro, a situação aconteceu em virtude da estiagem e Montenegro ainda não tinha vivido uma situação como esta. A falta de chuvas fez com que o rio Caí baixasse o nível consideravelmente e isso influenciou na captação de água para o abastecimento. “Quando fazemos a captação, com o rio mais cheio, a água passa por tratamento e vai para o abastecimento. Neste caso, pontualmente, tratamos o cheiro e assumimos o risco da água mais turva. Mas ela estava boa para consumo”, destacou.

Neste período a Corsan recebeu poucas queixas oficiais. Segundo Daiane Moreira, química da companhia, precisam fazer estas reclamações nos órgãos oficiais da operadora e não nas redes sociais. “Nós estávamos atendendo todos os limites de tratamento da água de acordo com o que a legislação nos exige. Quando acontece esta mudança na coloração não é um problema da Corsan, fazemos o expurgo que é a colocação de parte do produto que consideramos ruim. Mas não temos como prever onde este expurgo vai soltar, pode ser na minha casa ou na casa do vizinho”, frisou.

Sobre estas reclamações a companhia tem canais oficiais que recebem estas queixas. “Precisamos que as pessoas reclamem nos canais oficiais, para que a gente possa resolver a situação. Não adianta ir para as redes sociais e reclamar do funcionário”, ressaltou Daiane. Quando estas reclamações chegam para os funcionários eles conseguem resolver a situação com coleta de amostra e expurgo.

A Corsan disponibiliza canais de acesso para a comunidade como o aplicativo, disponível nos sistemas PlayStore e Apple, telefone 0800.646.6444 ou agendamento eletrônico https://servicos.corsan.com.br/#/agendamento-eletronico.

Além dos representantes da Corsan participaram da reunião Silvio Kaél, gerente de contratos e convênios da Prefeitura, o vereador Valdeci de Castro (Republicanos) e Luís Fernando Paixão, secretário executivo em exercício do CONDECOM. De acordo com Paixão, o CONDECOM atua quando o cliente avisa a Corsan sobre o problema reiteradas vezes e a situação não é resolvida. “Neste caso, começa um processo administrativo por que a companhia está deixando de fornecer o abastecimento adequado de água para esta pessoa. Caso não se resolva iniciamos o processo jurídico,” frisou.

No CONDECOM também há poucos processos em relação à situação da água em Montenegro. Os representantes da Companhia reiteraram que os problemas de coloração e cheiro podem ter sido influenciados por pequenas partículas depositadas nas paredes das tubulações e reações químicas após o tratamento, mas deixaram claro que a água estava apta ao consumo.

A situação não foi enfrentada apenas pelos montenegrinos. Em todo o Estado a população reclamou do abastecimento de água. E a justificativa da empresa foi a mesma para todas as regiões, assim como aconteceu na reunião de hoje, na Câmara: a falta de chuva fez com que a água dos rios diminuísse, influenciando a captação e abastecimento nas residências.