Câmara, Hospital e Secretaria de Saúde no debate para estimular a cultura doadora de órgãos

por mon — publicado 01/03/2018 16h05, última modificação 26/03/2018 09h46
Em prosseguimento às ações desenvolvidas pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), juntamente com os demais vereadores, para estimular uma cultura doadora de órgãos, quinta (01) pela manhã, na Câmara, por iniciativa da Vereadora Josi Paz (PSB), ocorreu encontro com representantes da Secretaria Municipal de Saúde e Hospital Montenegro. Também participou o Vereador Joel Kerber (PP).

A nefrologista Tatiana Michelon, que atua na UTI do HM, explicou que a partir do credenciamento do Hospital na Rede Brasil AVC, uma ONG criada com a finalidade de melhorar a assistência global ao paciente com Acidente Vascular Cerebral (considerada a doença que mais mata os brasileiros), foi constatada a necessidade de se estar preparado para aumentar a oferta de órgãos.
    “As pessoas estão vivendo mais, gerando maior procura no caso de alguma doença crônica comprometer, de forma definitiva, determinado órgão vital”, justifica. Em sua visão, om o incremento da oferta de serviços, aumentou a lista de espera por um órgão. “Em transplantes de rim, ano passado, só em pacientes nossos da Hemodiálise foram dez, um número significativo”.
    De acordo com as normas, os órgãos para doação provêm de uma lista única, o Sistema Nacional de Transplantes. Por isto, a importância de se unir forças para aumentar sua disponibilidade, desmistificando questões como a morte encefálica, quando a pessoa já teve o óbito constatado. “Em conformidade com a legislação, organizamos uma equipe, a Comissão Intrahospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplantes - CIHHDOTT, da qual sou a médica-coordenadora, e que conta ainda com três Enfermeiras, uma chefia de Enfermagem geral, uma de Enfermagem de Bloco e uma de Enfermagem de UTI, juntamente com uma Psicóloga”.
    Informa que a Comissão está preparada 24 horas por dia caso tome conhecimento de notificação por morte encefálica, visando o desfecho do caso, sendo que a distribuição do órgão compete à Secretaria Estadual de Saúde. “Nossa grande preocupação foi que, em 2016, houve 100% de negativa familiar à autorização para doar órgãos, o que se repetiu no ano seguinte”. Segundo Tatiana, para diminuir este índice na metade deste ano a Comissão pretende realizar um concurso interno, para a seleção da identidade visual (logotipo e slogan) da campanha de doação de órgãos.
    Entre outros, participaram da reunião as representantes da Secretaria Municipal de Saúde, como a Diretora de Saúde Belkis Efrom e a Assessora Jurídica Marilisse Boeira Belmonte e a Gerente de Enfermagem do HM, Miriam Santos. A Vereadora Josi Paz anunciou que irá promover novos encontros, para prosseguir o debate sobre a possibilidade de implantação de um protocolo municipal para doação e recebimento de órgãos e tecidos.