Carteiro Luiz Carlos Severo, homenageado pela Câmara, vira nome de Rua
Severo foi o primeiro morador na Rua. Nasceu em julho de 1950, em Santa Maria, vindo para Montenegro aos sete anos de idade. Seu terceiro emprego em Montenegro foi na EBCT, como Carteiro. Até seus últimos dias foi Agente Interno, totalizando 35 anos de serviços prestados aos Correios. Faleceu em 25 de julho de 2015, aos 65 anos de idade.
Conforme o autor, a simbologia daquele que traz a mensagem está presente no projeto, por isto ele se chama Luiz Carlos Severo, o Carteiro. “Para os mais antigos a forma de relação era pela carta, por isto existe a figura do Carteiro, aquele que leva a carta, que em alguns casos demorava uma semana ou mais para ir de um local para outro. Trazia às vezes não só uma mensagem, mas um sentimento de vidas”.
Evocou a simbologia de meninas, encantadas, esperando no portão a carta do seu amado, do seu sonho, que o Carteiro vinha trazendo. “Talvez, quando o Carteiro passava, não deixava aquela mensagem porque ele não a tinha, não havia chegado, e a menina voltava, triste, para dentro de sua casa, mas com a esperança de que o Carteiro voltaria e traria a mensagem do seu amor”.
Comenta que, no passado, a comunicação era desta forma, não era por mensagem de celular, Facebook, era feita através da carta, ou de vez em quando uma ligação através do telefone fixo, quando havia telefone fixo. “A forma de comunicação era a carta, e Severo fez isto por trinta e cinco anos. Uma homenagem a estes que levavam a mensagem. Quantas famílias, com certeza, o Carteiro ajudou a construir? Quantos casamentos se fizeram, em função da carta que o Carteiro levava?”
Kranz: “meu projeto mais importante”
Com este projeto, disse que quis também fazer uma homenagem aos trabalhadores, às pessoas simples, “porque geralmente é colocado como nome de Rua um empresário, uma pessoa importante, alguém que teve uma atividade comunitária intensiva”. Acrescentou: “Severo era um homem simples, mas era um trabalhador, aquele que no seu dia-a-dia buscava, através do seu trabalho, a construção e o sustento da sua família. Um simples, humilde trabalhador, mas um homem de bem. Quero homenagear, com isto, todos os trabalhadores da nossa cidade, e de modo muito especial e carinhoso os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos”.
Era sua homenagem e do Poder Legislativo, “sendo o meu último projeto, e posso dizer, com certeza: para mim, o mais importante de todos que fizemos, como Vereador”. “Severo, que foi Carteiro, muitas vezes andou e procurou ruas da cidade que não tinham nome. Quanto nós lutamos para colocar as placas, pois não adianta somente nomear as ruas, o Executivo deve colocar as placas, para identificar os locais”.
Conforme Kranz, este problema na nossa cidade ainda não está resolvido. “Quantas e quantas ruas nós Vereadores nomeamos, e todos fizeram isto, para identificar a nossa cidade, torná-la mais acessível às pessoas, e o Carteiro é aquele que mais precisa que a Rua tenha um nome porque é ele que leva a mensagem, a carta”.
Vereadores também se manifestaram em apoio, como Roberto Braatz (PMDB) mencionando que Severo “foi um profissional extremamente zeloso, responsável, era muito querido por seus colegas e pelas pessoas que recebiam o seu serviço”. Márcio Müller (SD) parabenizou a sensibilidade de Kranz em escolher Luiz Carlos Severo como o cidadão para ser homenageado com a colocação de seu nome em uma Rua. Rose Almeida (PSB) disse que a homenagem não seria justa se lá fosse colocado outro nome que não o de Severo. “Não se consegue pensar nos Correios, em Montenegro, sem lembrar-se do Severo”.