CPI das Casas do PSH: “Relatórios eram entregues mensalmente ao MP”
O seu depoimento, na manhã de terça-feira (9), durou em torno de uma hora. Dentre suas declarações a de que, durante o período em que esteve à frente da fiscalização destas obras, teve a cautela de encaminhar, mensalmente, um relatório ao Ministério Público.
Presentes na sala de reuniões os Vereadores Talis Ferreira (presidente da CPI), Josi Paz (relatora), além de Juarez da Silva, Joel Kerber e Valdeci de Castro. Uma das primeiras perguntas da relatora, Josi Paz, foi sobre quem fazia o recebimento das casas após estarem concluídas. Rosangela Luft contou que, quando assumiu como Assessora Especial, passou a fiscalizar essas obras. Já estavam entregues três quadras e o Diretor, na época, era Dorivaldo da Silva -“Dorinho”. Quanto ao projeto, repetiu o que já havia sido dito por outro profissional: que ele veio pronto para o Município. Em seguida, completou contando que, durante seu período, passaram três diretores de Habitação.
Segundo Rosangela, assim que ela iniciou os trabalhos mudou a sistemática, que era de receber a quadra toda. ”Mudei em razão do próprio vandalismo e furto que aconteciam, pois enquanto as pessoas não estavam morando, ocorriam os estragos” lamentou a profissional. Acrescenta que passou então, no seu período em que atuou na fiscalização, a receber uma a uma as unidades habitacionais. Outro elemento apontado pela Arquiteta foi o de que a fiscalização seria de competência do Banco, que é o agente financiador.
Com base nas informações do processo de sindicância realizado na época, a Vereadora Josi citou constar nos documentos que muitas casas não tinham condições, e outras apresentavam vários problemas. Luft disse que não poderia responder nada com referência às casas que já tinham sido entregues antes de ela assumir a fiscalização. Porém, disse que foi obrigada a fazer várias correções nas unidades, por exemplo, nas canaletas elétricas que eram externas e foram coladas, as quais com o calor descolaram. “Essas unidades já tinham sido entregues pela empresa. Então, fiz um plano de ação para recuperar esse conjunto de casas”, explicou.
Durante o depoimento, comentada a existência de um problema social muito grande, pois havia famílias que nem mesmo sabiam para o que serve o vaso sanitário.
Quando o Vereador Joel Kerber citou que o relatório da Sindicância aponta como um dos responsáveis o ex-prefeito Percival de Oliveira, Luft disse que preferia não comentar nada sobre este aspecto. A Comissão Processante, que está na metade dos noventa dias de trabalho estabelecidos, deverá ouvir ainda o ex-prefeito Percival e os membros da Comissão de Sindicância da época.