Falta de transporte público dificulta acesso às escolas de ensino médio em Montenegro

por adm publicado 31/03/2022 11h52, última modificação 31/03/2022 11h52
Durante a pandemia as escolas estavam com ensino remoto. No entanto, com a retomada o transporte não voltou e afetou diretamente estudantes que residem no interior de Montenegro.

A falta de transporte público, em horários que atendam também aos estudantes do ensino médio de Montenegro, está prejudicando a qualidade e o acesso ao ensino destes jovens e adolescentes. O problema chegou ao presidente do Legislativo, Talis Ferreira (PP) que, através de seu gabinete, solicitou uma reunião com representantes de escolas de ensino médio do município, Executivo Municipal, pais e a VIMSA, que é a concessionária prestadora deste tipo de serviço. “Partimos do princípio básico que todos os alunos têm direito à educação. Eles têm prioridade e precisamos estar atentos para atender. Estamos vendo que muitas linhas foram retiradas com a pandemia, mas que neste retorno não foram recolocadas. Está impossível estudar, ter acesso à escola, sem transporte”, destacou o presidente Talis.

Durante a pandemia as escolas estavam com ensino remoto. No entanto, com a retomada o transporte não voltou e afetou diretamente estudantes que residem no interior de Montenegro. “Antes nós víamos que os alunos do interior terminavam o fundamental e não seguiam em frente. Hoje eles querem continuar, mas estão sendo impedidos de continuar os estudos e se qualificar por falta de transporte”, frisou a diretora da Escola de Ensino Técnico São João Batista Juliana Bender. Na escola os estudantes mais afetados são os que estudam à tarde. Muitos desistiram do curso técnico por não ter como voltar para casa no fim do período. “Os pais nos questionam por que os filhos deles não podem cursar o técnico. Não é culpa nossa, a escola oferece, mas eles não têm como voltar para suas casas e aí fazem o que?”, questionou a educadora.

A queixa, em relação ao transporte, se acentuou neste início de ano letivo. Para a localidade da Vendinha, até 2019, os estudantes contavam com um horário pouco depois das 18 horas. Hoje essa modalidade foi suprimida. Para retornarem as suas casas, eles precisam usar o coletivo das 17h10, inviabilizando o acompanhamento das aulas até o fim do dia.

Pais de alunos que residem no bairro Imigração e nas localidades da Serra Velha e Campo do Meio também acompanharam o encontro. “Meu filho estuda no São João. Com as diferenças nos horários ele está chegando em casa próximo das 14 horas”, ressaltou Nara Stein, que mora na Serra Velha.

De acordo com Alcides Azevedo, coordenador da VIMSA, o horário das 18 horas para a Vendinha foi suprimido pela Metroplan que é quem regula este tipo de linha e por que não havia demanda na ocasião. “Existe um pedido, enviado para a fundação, de alteração para depois das 18 horas. Se aceitarem vamos fazer um teste de 30 dias para ver a demanda de uso. Em se confirmando podemos seguir em frente”, comentou.

Na reunião ficou definido que vão ser encaminhados, à Metroplan, documentos salientando e comprovando a demanda, junto com abaixo-assinados e solicitações das escolas de ensino médio para a recolocação dos horários que foram retirados.

Transporte para a UERGS também foi debatido

Sobre o transporte para os estudantes da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul a solicitação dos usuários é da volta do itinerário das 22h40, também retirado no início da pandemia. “Desde o início sempre tivemos problemas com o transporte. Agora voltamos em formato híbrido, mas nas aulas práticas não conseguimos estar justamente pela falta de locomoção”, destacou Tiago Nogueira, aluno da UERGS.

A instituição atende mais de 300 alunos no Polo de Montenegro, segundo a vice-reitora da universidade, Sandra Lemos. “Além destes alunos, também temos os professores que precisam do ônibus para retornar a suas residências. Ainda estamos no formato híbrido, porém retornaremos às aulas presenciais. Então os 146 universitários que hoje estão com seus nomes no abaixo assinado, tendem a aumentar”, frisou.

Segundo Alcides, o procedimento adotado com a UERGS vai ser o mesmo para os outros universitários do município. Assim que a Metroplan liberar vai ser feita uma linha-teste. Tendo demanda a empresa deve atender aos estudantes com a recolocação do itinerário das 22h40m.