Garantido que o Passe Livre Estudantil não irá acabar em 2020
Era uma preocupação do vereador Talis Ferreira (PR), que organizou o encontro em razão de ter sido procurado por várias pessoas, devido a informações de que seria suspenso. “A Metroplan está confirmando a continuidade, no próximo ano, do transporte através do programa Passe Livre Estudantil”, garantiu no final o vereador.
Além do proponente e de inúmeros estudantes preocupados com o tema, participou Paulo Mallmann, coordenador da Associação dos Estudantes do Rio Grande do Sul (AERGS), Rodrigo Rodrigues (vice-presidente) e Simone Costa, também da entidade; Hélio Schreinert Filho e Pedro Raupp Souza, representando a Metroplan; Aline Rippel - Vimsa; o Chefe de Gabinete da Prefeitura, Rafael Antônio Riffel; e os vereadores Valdeci Alves de Castro (PSB), Juarez Silva (PTB), Josi Paz (PSB) e Felipe Kinn (MDB).
Segundo a concessionária, para ter direito ao passe livre estudantil, ou seja, a isenção da passagem, o estudante deve entrar em contato com as entidades estudantis Associação dos Estudantes do Rio Grande do Sul (AERGS), União Gaúcha dos Estudantes (UGES) e União Estadual dos Estudantes (UEE), entidades que representam os alunos matriculados em instituições regulares de ensino. Tem direito os estudantes que comprovem renda per capita de até 1,5 salários mínimo regional - faixa 01, que residam em uma cidade, mas estudem em outra e que comprovem frequência nas instituições de ensino. Para ter acesso ao benefício, devem se cadastrar nas entidades estudantis.
Conforme seus representantes, através do programa Passe Livre Estudantil a Metroplan, em conjunto com operadoras, criou algumas rotas para atender esta demanda. Eles alegam que a demanda começou a cair, tendo que ser feitas adaptações, pois não é possível se ter ônibus operando para o atendimento de uma demanda muito baixa, sendo que se teria que juntar alunos, mesmo que seja de duas universidades, para se organizar um itinerário só. “Vamos pensar em alguma modalidade de integração, e os alunos terão que se adaptar”, comentaram.
“Que os estudantes fiquem tranquilos, o Programa irá continuar. Estamos passando por uma turbulência, agora, mas tenho certeza de que, ano que vem, teremos condições de fazer isto funcionar como tem que ser”, revelaram os técnicos da Metroplan. Aline, da Vimsa, disse que para ela isto era uma novidade: “tinha as autorizações como suspensas . A empresa irá atuar conforme o órgão gestor, e se eles determinarem que se volte, teremos que voltar”.
O representante da Metroplan afirmou que questões operacionais, como a integração, poderá se resolver: “o que não pode é que os estudantes fiquem sem transporte. Vamos procurar um ponto de equilíbrio, sem que onere a empresa, pois muitos ônibus rodando com poucos passageiros, isto aumenta o custo e o valor da passagem de todos. Tomamos cuidado de não tomar uma decisão que prejudique a questão operacional, a questão financeira e os estudantes, assim como os outros passageiros que utilizam o sistema”.
Aline comentou que a Viação vinha fazendo as linhas universitárias, “mas ano a ano, isto vem decaindo”. Existe também o transporte pelas vans, “que é porta-a-porta, sendo que há maior capilaridade, em termos de atendimento e oferta”. Aconteceu também a própria evolução no cenário relativo às universidades, com a oferta do ensino à distância, com isto diminuindo a ida do estudante até à universidade. “Temos dias em que na ida vão 20 passageiros no ônibus, e voltam dez. Sexta-feira, nunca passa de dez, em nenhuma linha. Chegou-se a levar apenas um passageiro, numa viagem”, relata Aline.
Para o aluno Rodrigo Rodrigues, o propósito seria o de encontrar uma alternativa viável, por exemplo: que, no mínimo, o aluno seja transportado até Novo Hamburgo, para que ali possa pegar o Trensurb, o que vale tanto para quem estuda na Unisinos como na Ulbra. “Preocupa-nos a não oferta de transporte, por exemplo, até à Ulbra, onde faço o curso de Direito, só no horário noturno são dez pessoas que utilizam o transporte, juntamente comigo, sem contar aqueles de outros cursos. Não podemos deixar de atender os colegas. Teríamos que ver uma alternativa para não se deixar de atender”.
Ficou acertada uma reunião segunda-feira, para estudar uma alternativa de forma que o passe livre fique bom para os estudantes e para a empresa. “Saímos daqui aliviados, com este retorno”, disse o vereador Juarez, “no sentido de nos deixar tranquilos, e também os estudantes, de que não vai acabar o Programa, apenas de que terão de ser feitos ajustes”. Uma das participantes, a aluna Larissa Schneider Ribeiro, também saudou o resultado do encontro, lembrando que boa parte da demanda de transporte universitário passou a ser atendida por transportadoras particulares, e não pela Viação.