Juiz André Tesheiner é o novo Cidadão Montenegrino

por mon — publicado 30/01/2017 15h15, última modificação 21/06/2022 11h09
Por oito anos o Juiz de Direito André Luís Tesheiner atuou na Vara Criminal da Comarca de Montenegro. Está deixando a cidade para atuar na Corregedoria de Justiça, em Porto Alegre. Sua despedida foi marcada pela mais alta distinção da cidade: o Título de Cidadão Montenegrino, conferido pela Câmara de Vereadores a pessoas que não são naturais de Montenegro e que prestaram serviços relevantes à sociedade.

        A honraria foi entregue em Sessão Solene na manhã de segunda-feira (30), no plenário Edgar de Oliveira. Amigos, servidores da Justiça e autoridades estiveram presentes acompanhando a solenidade. Em nome do Legislativo, a Vereadora Josi Paz (PSB) discursou destacando que “André, sempre com sua serenidade e sua postura equilibrada, fez com que nos acostumássemos com os ritos do Judiciário”, fazendo alusão à época em que atuou como Conselheira Tutelar.
    “Há quem passe por uma comunidade e não deixe marcas, apenas passe, mas há quem praticamente mude a história de um lugar com suas atitudes e postura”, completou a Vereadora. Josi ressaltou ainda que a segurança pública em nossa região sempre teve no Dr. André Tesheiner um aliado firme, determinado, disposto a enfrentar a criminalidade sob a batuta da Lei.
    “Como dizem alguns policiais, graças à agilidade do Dr. André e sua determinação em empunhar a espada da justiça, muito traficante teve que deixar de cooptar nossos filhos para o mundo vil da droga e da violência”, mencionou a Vereadora. Finalizando, disse que a comunidade é grata por tudo que o juiz fez por Montenegro. Josi Paz, assim que concluiu seu discurso, acompanhada do presidente da Câmara, Neri de Mello Pena - “Cabelo”, fez a entrega do Título de Cidadão Montenegrino.
                                             Abertos mais de 41 mil processos
    Em seguida, o Juiz André Tesheiner fez uso da tribuna. Contou que, neste momento, não estava planejando sair de Montenegro, mas surgiu o convite para que trabalhasse na Corregedoria, em Porto Alegre. Explica que, além da fiscalização, lá se desenvolvem inúmeros projetos que “mudam a vida dos juízes e da comunidade de todo o estado”.
    Comenta que na capital estará ligado a projetos na área de Informática, entre os quais o que abrirá a possibilidade de se realizarem audiências por videoconferência, permitindo, por exemplo, que a Susepe não precise trazer presos da Modulada ou de outros presídios do estado, até o Fórum. Eles irão acompanhar as audiências por meio de videoconferência, “com o que vai se economizar dinheiro e se melhorar a segurança, pois o Estado gasta trinta milhões de reais somente com o trabalho de condução de presos, sem contar os custos indiretos”.
    Conta que quando assumiu a Comarca, há oito anos, ainda existiam três Varas judiciais. Percebeu que seria o momento de se especializar, dividindo-a em uma Vara Criminal e duas Cíveis. Em sua opinião, com isto o trabalho ficou “mais fácil e bem mais efetivo”. Tomando por base os últimos cinco anos, foram iniciados 41.200 processos e extintos 41.500. Segundo o juiz, além de ser um número elevado, mostra que a Vara Criminal conseguiu julgar mais processos do que os que entraram.
    No período foram realizadas em torno de 13200 audiências, sendo ouvidas mais de 24 mil pessoas, informou. Diz que o mérito não é somente dele, e sim de toda a equipe da Vara Criminal, que conseguiu obter por duas vezes o título de “Melhor Vara”, na categoria “Vara Criminal Grande”, a maior, em termos estatísticos, na Corregedoria. O procedimento aqui foi adotado pela Corregedoria, passado a todos os juízes do Rio Grande do Sul, atualmente sendo considerado o procedimento operacional padrão.
    Por fim, elogiou o trabalho integrado com as forças de segurança e os Poderes montenegrinos destacando iniciativas, como o “Projeto Paternidade Legal”, além de palestras educativas voltadas a usuários de drogas, com o que, conforme estatísticas foram reduzidas em um terço as reincidências. Diz que está deixando Montenegro, mas este projeto terá continuidade. Diz que, neste momento, não vem nenhum Juiz para ocupar o seu lugar, ficando provisoriamente a Juíza Deise Fabiana Lange Vicente.
    Segundo informações da Corregedoria, faltam 160 Juízes no estado. Em função disso, comenta ser bem possível que nos próximos meses Montenegro fique somente no chamado “regime de substituição”, mas “se tudo der certo” poderá vir para a cidade um profissional que dará prosseguimento ao trabalho desenvolvido nestes últimos anos.
    Quem é André Tesheiner: André Tesheiner nasceu em 19 de agosto de 1974, em Porto Alegre. Residiu em Montenegro, período em que foi Juiz da única Vara Criminal e Execuções Criminais. Além de juiz, se dedicou ao piano, à tecnologia na área de programação e ao Jiu-Jitsu.
    


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