Legislativo participa de reunião com Executivo montenegrino, índios Kaingang e Funai
A situação dos índios kaingang, que estão alojados no bairro Centenário, foi discutida em uma reunião entre o Executivo, Legislativo, moradores daquele local e índios com o coordenador regional da Funai Aécio Guimarães. Entre as demandas discutidas está a realocação dos kaingang em uma das reservas indígenas do Estado. “O que vem acontecendo em Montenegro também se repete em outros municípios do Rio Grande do Sul e do país. Aqui são 30 mil índios divididos entre kaingangs e charruas. Esta situação está sendo vivida pela comunidade indígena e pelos moradores do bairro há três anos e precisamos resolver”, destacou o coordenador da regional da Funai Aécio Guimarães. O coordenador também salientou que aquele espaço como está não é o ideal para a tribo, uma vez que precisam de uma estrutura com água e esgoto para sobreviver e ali não existe.
Quando chegaram a Montenegro, no fim de 2017 e inicio de 2018 eram 6 famílias indígenas, hoje são 33 que estão ocupando o terreno da Escola AJ Renner, no Centenário. De acordo com o prefeito Gustavo Zanatta este é o momento de avançar nas negociações e encontrar uma solução. “Existe um atrito dentro da nossa cidade em relação a isso. Estou acompanhando, mais de perto, desde que assumi o mandato como prefeito e precisamos resolver antes que aconteça algo pior”, frisou.
Sobre as denúncias feitas em relação às ligações elétricas clandestinas e o uso da água, que é da escola municipal que está sendo construída no bairro, um dos representantes dos índios salientou que foi feito um acordo com o chefe da Corsan e que um órgão estadual estava como responsável pelos pagamentos. O que não vem acontecendo já que a conta, em torno de R$ 1 mil é debitada dos cofres da prefeitura. Já em relação a um acordo de permanência na área, que era para ser provisório, foi dito pelos índios que foi feito um trato com o ex-prefeito Kadu Müller para que eles pudessem ficar no bairro Centenário.
O coordenador regional também salientou que o objetivo da Funai é manter os índios em suas aldeias e tem feito um esforço para que isso aconteça. Existe uma portaria federal para que eles pudessem sair, durante a pandemia, de suas aldeias para trabalhar, mas que deveriam retornar para elas.
O presidente do Legislativo, vereador Juarez Vieira da Silva, vem acompanhando a tribo desde que ela chegou a Montenegro e se mostrou preocupado com a questão do furto de energia elétrica, já que um dos índios pode acabar se machucando. Além disso, também falou sobre o choque cultural que está acontecendo no local. “Muitos moradores nos procuraram para falar sobre isso. Este choque de culturas. É nós recebemos vídeos e fotos sobre este e outros problemas de convivência mesmo. Sempre se falou que aquele não era o local ideal, o mais adequado. E o que era para ser provisório acabou não sendo. Então, com a ajuda do coordenador da Funai, vamos procurar uma saída para esta situação”, destacou.