Prefeitura vai aprimorar atendimento para exames preparatórios de transplantes
Compromisso assumido em reunião quarta (04) na Câmara, solicitada pelas vereadoras Rose Almeida e Josi Paz, ambas do PSB, com o objetivo de discutir medidas para alinhar e agilizar o atendimento junto à Secretaria.
Além das vereadoras, contou com a participação da médica da Nefroclin, Anna Esther Hoefelmann e do paciente Marcos Rogério da Silva, das técnicas da Secretaria Municipal de Saúde Cristina Reinheimer e Marilisse Belmonte e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Oscar Paes de Oliveira.
De acordo com normas técnicas todo paciente, antes de estar apto ao procedimento cirúrgico de transplante, necessariamente precisa passar por vários especialistas médicos e fazer uma bateria de exames. O que motivou Rose e Josi a tratar do tema foi saber esta relação de procedimentos preparatórios que o paciente necessita, para estar apto ao transplante de órgão.
Rose foi procurada pelo paciente Marcos da Silva, que relatou haver uma demora entre a marcação de consulta com um especialista médico e o outro. Segundo Marcos, paciente de hemodiálise há 10 anos na Nefroclin decorre um período de tempo muito grande entre o atendimento por um médico especialista e outro. Exemplificando, contou que consulta com cardiologista, e só depois de quatro meses consegue a marcação com o urologista. Portanto, segundo ele, o exame e o procedimento do cardiologista já perderam a validade, precisando ser refeitos novamente.
Sensibilidade do paciente
Mesmo diante de uma doença que lhe torna fragilizado, Marcos Silva não deixa de pensar no próximo: “já decidi: não irei fazer o transplante, estou conseguindo viver bem assim. Porém, este serviço precisa ser melhorado para os meus colegas de hemodiálise, candidatos a um transplante”, apelou. Josi Paz reforça: é preciso saber como realmente funcionam estes procedimentos na Secretaria Municipal, e o que poderia ser aperfeiçoado.
A médica Ana Hoefelmann contou um pouco do que acontece com um paciente com problemas renais que ingressa na Nefroclin. São duas situações: ou permanece fazendo a hemodiálise, ou é encaminhado para o transplante. Prosseguindo, argumentou que os casos são analisados individualmente, de forma criteriosa, bem como os procedimentos necessários até estarem aptos ao transplante, e também o pós-transplante.
“Para chegar ao ponto de receber-se a doação, esgotamos todos os procedimentos de investigação clínica”, declarou. De forma didática, a médica informou o passo-a-passo, que envolve a análise de médicos especialistas, como cardiologista, oftalmologista, urologista, otorrinolaringologista e odontólogo. No caso das mulheres, inclui também o ginecologista.
20 Pacientes para Transplante
Segundo Ana, os pacientes são encaminhados para a rede de atendimento do Município, para se efetuar a investigação clínica. “O que acontece é que muitas vezes há muita demora a se chegar ao atendimento por parte dos especialistas”, lamenta. Atualmente em Montenegro, há 20 pessoas com indicação formal para fazer o transplante de rim. O paciente repetiu seu pedido inicial, quanto à importância de que seja rápido o processo de exames preparatórios.
Demonstrando dinamismo e vontade de atender aos anseios da comunidade, expressados pelo paciente Marcos, a Assessora Especial da Saúde Cristina Reinheimer, que acumula larga experiência na área, prometeu algumas mudanças para garantir este atendimento em tempo hábil. Cristina diz que a Secretaria Municipal de Saúde conta com alguns especialistas, e para outros se depende de atendimento no Hospital Montenegro.
Afirmou que irá buscar uma parceria junto ao Diretor do Hospital, para agilizar casos específicos que envolvem atendimentos para o processo de transplante. Pediu que todos estes encaminhamentos fossem identificados estarem se tratando de um caso de transplante. A médica da Nefroclin disse que a medida será adotada. Reinheimer acredita que é possível direcionar de forma mais rápida estes laudos: “tenho certeza de que podemos sistematizar o serviço”.
A Assessora afirma que será feito um alinhamento com a equipe da Secretaria. Marilisse Belmonte comentou que, às vezes, não é o próprio paciente que busca a marcação da consulta, e que quem está atendendo não identifica que se trata de procedimentos para transplante. “Um simples carimbo com a palavra TRANSPLANTE irá contribuir para maior agilidade”, completa.
Por último, a médica Hoefelmann pediu que houvesse cuidado para que estas consultas médicas não ocorram no dia de hemodiálise do paciente. As vereadoras Rose e Josi saíram muito satisfeitas com o resultado positivo da reunião, pois se trata de um tema muito delicado e estes pacientes são frágeis.