Presidente da CCDH conhece projeto de acolhimento a estrangeiros
Josi, militante nas causas sociais, observa que vem se tornando comum encontrarem-se pessoas das mais diversas nacionalidades chegando a Montenegro. “Não temos nenhum diagnóstico quando o assunto é migrante”, lamenta Josi.
Em Caxias, verificou como funciona o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), trabalho realizado pelas irmãs Scalabrinianas, da Igreja Católica, iniciado em 1984 e que foi crescendo. A irmã Maria do Carmo, coordenadora, e a gestora social Juliana Camelo contaram em detalhes o que vem sendo desenvolvido.
Segundo Maria e Juliana, a grande mudança na forma de trabalho ocorreu em 2012, quando aumentou significativamente a chegada de estrangeiros à cidade. Além de eles terem aulas de Português, Do Carmo explica que recebem orientações de profissionais como Advogado, Psicóloga e Assistente Social. Simplificando: o estrangeiro ou migrante (termo usado no CEAM) que chega em busca de ajuda recebe todo o amparo.
Quanto às nacionalidades, são as mais diversas: Senegal, Gana, África do Sul, Haiti e mais recentemente, da América Latina. Os programas são vinculados à assistência social. Juliana Camelo relata que, além do atendimento técnico com advogado, para a regularização dos documentos dos migrantes, é realizado encontro do grupo de mulheres, palestras, roda de conversas e diversas atividades.
Outra ação do CEAM é desenvolvida com crianças dos migrantes brasileiros e as de outros países, que recebem atendimento no contra turno. Dez profissionais prestam estes serviços. Como primeiro passo, a coordenadora aconselhou Josi a propor uma audiência pública, pois não existe, minimamente, nenhum diagnóstico dos migrantes que vivem na cidade. Posteriormente, outra medida que irá atraí-los seria uma aula gratuita de Português. “Estamos à disposição de vocês e se precisar vamos à Montenegro”, finalizou.
As coordenadoras alertaram ainda que não é porque os migrantes não estejam visíveis, que eles não estão no município. Josi agradeceu a acolhida da equipe e afirmou que deverá, sim, apresentar na CCDH a proposta de realização de audiência pública.