Significado da presença dos indígenas, na Tribuna Livre

por adm publicado 29/04/2019 11h35, última modificação 29/04/2019 11h35
Ocupou a Tribuna Livre da Câmara de Montenegro na sessão de 25 de abril, Kassiane Schwingel, representante do COMIN (Conselho de Missão entre Povos Indígenas), entidade que trabalha em conjunto com a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Câmara sobre a temática indígena, “para que se possa conhecê-la e entendê-la”, situa a palestrante.
Significado da presença dos indígenas, na Tribuna Livre

Kassiane na Tribuna Livre

                         Inicia dizendo que sua proposta é “conversar sobre os povos indígenas em Montenegro, trazendo esta reflexão para o espaço público da Câmara”. Trouxe alguns dados: no país, existem aproximadamente 305 povos indígenas, diferentes um do outro. São cerca de um milhão de pessoas, que falam 274 idiomas, “sócio biodiversidade que não se encontra em outros lugares do Mundo”.

         Diz que, normalmente, as pessoas citam os nomes de três povos indígenas num país que tem mais de trezentos, e que isto se qualifica como um processo muito sério de invisibilidade. “A gente ocupa estes espaços porque precisa dar visibilidade à temática”.

         Informa que neste momento estão em Brasília cerca de quatro mil indígenas, de diversos povos de todo o Brasil, na 15º edição do acampamento Terra Livre, movimento dos indígenas para reivindicar direitos. “Esta semana, nós população tomamos um duro golpe: a reforma da Previdência foi considerada constitucional, sendo aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados”, protesta.

         Prosseguiu afirmando que os povos indígenas têm muito a ensinar para a população em geral, especialmente como se faz luta por direitos. “Todos nós sabemos que não somos nós que temos que pagar o pato, e os indígenas estão lá em Brasília - mães, crianças, jovens, estudantes - porque eles não aceitam perder direitos, pois o direito não se negocia, o direito é nosso”.

Indígenas na região

         Explicou que nas proximidades existem situações distintas em relação a povos indígenas: “temos pessoas indígenas que moram em cidades vizinhas; há terra indígena demarcada em Tabaí e São Leopoldo, os municípios mais próximos de Montenegro, sendo que os povos vêm para cá vender seu artesanato, o que é a forma de sobreviver, hoje em dia, isto porque era um povo que vivia da natureza, mas o não indígena acabou com esta natureza”. Prossegue: “temos também pessoas indígenas que vêm somente em períodos específicos como o de agora, que antecedeu a Páscoa, que vêm de grandes terras indígenas, para cá, vendem seu artesanato e retornam”. Conta que uma situação nova em Montenegro, é a do pessoal indígena que está vivendo aqui, uma comunidade do povo Kaingang, acampada à beira da RSC-287.

         Relata que os povos indígenas estão aqui vivendo em Montenegro, “estando em um processo de aproximação e de se conhecer. Esta é uma oportunidade para Montenegro”. Explica que a presença indígena, aqui, não é um problema para a cidade: “é uma oportunidade de aprendermos, com uma riqueza cultural, com uma ciência específica, com muito conhecimento, com um jeito diferente de ver o Mundo, inclusive”.

         Destaca que há outras questões que envolvem os indígenas aqui como, por exemplo, “a municipalização da Saúde indígena, sendo que atualmente os indígenas são atendidos por uma Secretaria especial, em nível federal, mas há uma ameaça real de que devam ser atendidos pelos Municípios”. “Isto não significa, para a Prefeitura, atender mais estas famílias, mas o Município dar conta de uma Saúde específica e diferenciada é ir lá para a comunidade e fazer uma medicina que é Kaingang”. Pergunta: “haveria condições? Hoje, o Município está atendendo plenamente todos nós que não somos indígenas, que dirá chegar a uma Saúde diferente, para povos indígenas?”

“Montenegro não tem bugre”

         Aqui em Montenegro não tem bugre em lugar nenhum. O termo “bugre” era usado quando não indígenas queriam chamá-los de “selvagens”, de “pecadores”. “Isto são linguagens. A gente tem aqui o povo Kaingang, um povo muito vivo, com muita cultura, que tem muito a nos ajudar para pensar a sociedade. Não tem bugre, ninguém é descendente de bugre, aqui. Muitos de nós têm sangue indígena nas veias: Kaingang, Guarani ou Charrua, mas aqui não tem bugre nem nunca teve”.

         Conta que na Câmara, foi criada a Semana de Conscientização sobre os Povos Indígenas ano passado, vivenciada este ano. “Como é que se conscientiza as pessoas? A gente está apostando no trabalho de formação, queremos levar informação, discutir com as pessoas. Estamos chamando as pessoas para falar sobre, e entender quem são os povos indígenas. Quem participa dos momentos de formação? As mesmas pessoas, sempre!”

         Por fim, fez uma cobrança forte: “realizamos um ato de abertura muito bonito aqui na Câmara, e assim que termina a parte formal, no momento em que a gente vai fazer formação, de verdade, vai entender alguma coisa e discutir, a mesa oficial some! Vereadores e Vereadoras: vocês são formadores de opinião, e daqui a pouco tempo a temática indígena vai ter muito mais importância aqui, porque vamos estar com uma terra indígena aqui. O que hoje a gente conhece sobre legislação indigenista? Sobre quais são os deveres, os direitos desta gente? O que é diferente, para eles? Até onde eu sei ninguém. E quem participou de algum momento de formação sobre isto? A Vereadora Josi, por exemplo, participou”.

         Finalizando, disse: “como sociedade civil organizada, a gente se coloca sempre à disposição para construir nestes momentos com vocês, para colaborar, e especialmente para ajudar a entender estes povos que são, de fato, uma oportunidade para o nosso município”.

StevSleesk
StevSleesk disse:
23/09/2019 00h10
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